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quarta-feira, maio 22, 2002
Ok, eu generalizo. Palmas para mim, então. Não, não faço barraco todas as vezes em que saio. Não, não trepo melhor. Aliás, ainda não sei o que é trepar melhor ou pior. Será que alguém pode me explicar? O que é trepar melhor? Se o tal do trepar melhor for um realizar o que bem entender na hora e ainda sair satisfeita e feliz, ok. Talvez às vezes eu trepe melhor, então. Conheço homens lindos e inteiros que não dependem de uma mulher frágil que mantenha o glamour da relação bipolar (ele forte versus ela frágil). Conheço. Também conheço mulheres do caralho que fazem o que bem entendem, de peito aberto. Meu pai e minha mãe, por exemplo. Não, eles nunca inverteram os papéis. Eles simplesmente se respeitam e conhecem um ao outro além do papel. Não gosto de papéis predestinados. Nunca admiti que pagassem minha conta quando minha carteira estava repleta de cédulas. Sim, pague minhas contas quando não tenho um puto e pretendo me divertir (não sou tão orgulhosa), mas não pague minha presença, não seja cavalheiro, não faça com que eu me sinta uma vadia que se valoriza para depois ser comida, pois sou mais do que isso. Muito mais.
Generalizei? Então vá a qualquer bar ou danceteria e repare no comportamento dos homens e das mulheres. A generalização, no caso - ao menos na minha opinião - faz com que reparemos mais, com que nos atentemos mais a tudo e a todos que nos circundam. E não, o que vemos nem sempre é bom. Vemos mulheres fortes impossibilitadas de mostrar o que são. Vemos homens frágeis impossibilitados de mostrar o que são. Vemos sorrisos amarelos, galanteios imprecisos, dores desnecessárias. Já errei muito, já fiz o doce e belo papel de Poliana - que, aliás, é sempre certeiro - e não suportei criar em mim o que não sou. É contra esse tipo de coisa que escrevo. Se eu não generalizasse, não receberia críticas e meus posts não passariam de devaneios subjetivos. Sou adepta do "é chocando que a gente se entende" e, enquanto não inventarem formas mais pacíficas e harmoniosas de fazer com que nos respeitemos pelo que somos - e não pelo que fingimos ser - continuarei generalizando. E muito.
Postado por Anónimo * 9:11 da tarde *
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