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sexta-feira, outubro 10, 2003
Meninas.
venho por meio desta afirmar, com todas as letras, que espero. E espero tudo de todos. Sempre. Espero que o transeunte não converse comigo. Que o taxista ouça minhas ladainhas. Que o farmacêutico não me olhe com cara de cu só porque às vezes sou obrigada a comprar remédios para próstata, climatério, depressão etc.
E telefonemas. E espero pelos telefonemas. E crio expectativas mil após toda e qualquer trepadinha, mesmo que ao meu lado o Bozo esteja babando, roncando, rangendo os dentes. Sim, espero que esse tipo de homem queira um "algo mais", mesmo que eu possua total ciência da impossibilidade de um futuro relacionamento. Espero, espero e espero, pois tenho plena noção de que, se o Bozo-boy não ligar, golpearei minha auto-estima e serei encontrada, na semana seguinte, em meio a miojos, doces e álcool. Muito álcool.
O ridículo disso tudo? É o amor, claro. Nele não crio expectativas e creio que a última ocorreu no milênio passado, aos 20 anos. Desde então, cada dia "de amar" representa, em minha mui equilibrada cabecinha, uma possibilidade de levar o tão esperado pé na bunda (porque o pé na bunda eu espero...). E, se ele não surge rapidamente, facilito sua vinda. Rodeio o cara, maltrato o cara, convenço o cara de que todos os meus defeitos são invioláveis. Até que ele desista e eu reinicie, enfim, meu ciclo de expectativas.
Postado por Anónimo * 1:21 da tarde *
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